sábado, 24 de julho de 2010

Conhecimento

Uma pequena grande riqueza do ser humano, um fenomenozinho fascinante esse tal de conhecimento. Instala-se em nosso cérebro, toma lugar em nossa cabeça na forma de elementos químicos ativados por impulsos elétricos. É capaz de coordenar ações, de mover músculos com um assombroso refinamento, de provocar descargas hormonais, criar imagens, mexer com nossas emoções. Um único pedacinho de informação. E quantos desses pedacinhos não acumulamos na vida! Cada um indo se instalar no seu canto, esperando a hora de ser necessário.


Ah, e eles criam associações, sindicatos, cooperativas. Gostam de atuar em conjunto os conhecimentos. Se você ganha hoje um novo conhecimento sobre história, quando menos esperar o metido estará fazendo parte de uma conversa sobre o clima, o cardápio, ou até sobre cinema e futebol.


Mas o fato mais fascinante sobre os conhecimentos é sua incrível capacidade de reprodução. Deixe dois deles juntos um tempinho pra ver... São piores que coelhos! Os coelhos procuram apenas os da sua espécie, os conhecimentos não. Pra eles não há o menor problema se o pai veio de um livro escrito há 300 anos, que você leu nas férias de 1995 e a mãe nasceu de uma música composta ontem pelo seu amigo canadense, que você baixou pela internet e acabou de ouvir no seu ipod. Se você deixar que role uma química entre eles, terá um habitante a mais em seu cérebro antes que possa se dar conta.


Há muitos tipos de conhecimento, mas a maioria deles representa escolhas que fizemos, e essas escolhas acabam construindo a pessoa que somos. Somos nós que escolhemos dar atenção e propiciar o surgimento dos conhecimentos. Eles, por sua vez, nos indicam novas escolhas, novos processos. São esses pequenos habitantes de nosso cérebro que nos vão revelando o mundo. Nosso mundo precisa de conhecimentos dançantes, sorridentes, inquietos, ansiosos por atuar, traduzir, transformar. Só precisamos dar-lhes a chance.

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